segunda-feira, abril 30, 2007

Confiar


Pela primeira vez, sinto o tempo,
Como a batida do coração,
Com os segundos a bombearem-me o peito,
A ver se anda vivo.
Todos os mistérios que em tempos
Pareciam tão distantes e irreais,
Ameaçando a clareza na presença
De uma verdade mantida,
Não na juventude,
Mas apenas na sua passagem.
Sinto estas palavras
Como se me tirassem
Um peso de cima,
Sabendo que as lerás
E me ajudarás
A suportar-lhes o peso,
Pois em mais ninguém confio,
Como em ti.
Para que conheças bem o meu coração
E o possas ver,
Descobrindo-lhe as memórias
E experiências que te pertencem,
Que são tu mesmo,
Serve-me de conforto, agora,
Que se me esgotam os recursos,
E que se me escurecem as esperanças
De continuação de uma viagem
Que começou ainda não há muito tempo,
E, que recomeçou com uma fé,
Abalada mas sobretudo reforçada pelas tuas convicções,
Sem as quais eu não teria hoje as forças
Que tenho,
Quando caminho na tua direcção,
E te observo,
Na esperança que me perdoes
Por querer te acompanhar
Durante o restante caminho.
!

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