terça-feira, outubro 17, 2006

17 de Outubro de 2006 - Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

A pobreza e a exclusão são, em Portugal, uma questão social gravíssima, e o não reconhecimento do problema com tal tem-se revelado um dos maiores entraves à sua erradicação no nosso país.
Concentrados no nosso mundo, esquecemo-nos que o envelhecimento da população, a falta de acesso à educação, o racismo, a desigualdade social, a desigualdade entre sexos, a violência doméstica, o alcoolismo, o desemprego, o trabalho infantil, a fome, a sida, a tuberculose e a mortalidade infantil são uma realidade, embora talvez não a nossa.
Mas o facto é que, em Portugal:
  • 1 em cada 5 portugueses vive no limiar da pobreza (21% da população total);
  • em 2005, 12,4% da população activa (ou seja, 686 mil de 5531,6 milhões), ganhava o salário mínimo nacional (€ 374,7);
  • em 2006, 7,3% da população activa está desempregada e 52,9% do desempregados são mulheres;
  • em 2005, 26,3% dos reformados recebia menos de € 200 / mês de reforma;
  • em 2006, 268.384 recebem o rendimento social de inserção (€ 171,73);
  • em 2005, 79,4% da população activa não tinha terminado o ensino secundário;
  • em 2005, 45,5% da população, em idade escolar, abandonou de forma precoce a escola;
  • em 2006, a taxa de analfabetismo é de 8,9% da população;
  • 300 mil famílias (8% da população) viviam, em 2001, em habitações sem condições mínimas;
  • em 2004, as famílias monoparentais femininas eram 240.730 num universo de 275.826;
  • em relação aos dados de 1999 e 2000, há um agravamento, em 2005, de 20% a 25% da situação de pessoas sem-abrigo;
  • em 2005, os homens ganhavam mais 9% do que as mulheres;
  • em 2004, 41% das pessoas com mais de 65 anos, a viver sozinhas, estavam no limiar da pobreza;
Por outro lado:
  • em 2005, as 100 maiores fortunas portuguesas representavam 17% do Produto Interno Bruto Nacional - 22,4 mil milhões de euros;
  • o país tinha a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia com os 20% mais ricos a controlar 45,9% do rendimento nacional, em 2005;
  • em 2005, 10.800 pessoas tinham rendimentos de cerca de 816 mil euros anuais;
  • em 2001, a Segurança Social gastou com cada português apenas 56,9% do que habitualmente gastam os outros países da União Europeia.
Erradicar a pobreza e a exclusão é tarefa de todos!




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4 comentários:

Anónimo disse...

acreditas mesmo que é possível acabar de vez com a pobreza? não achas o objectivo demasiado alto?

Nuno disse...

Acredito que se não nos mexermos a situação só vai piorar !!!...
Ou achas que devemos ficar à espera de intervenção divina?
Ou ainda melhor, à espera que os nossos governantes se dignem a encontrar soluções permanentes e não soluções que se limitam a encobrir o problema?

Anónimo disse...

não se trata de ficar quieto mas de ter objectivos realistas

Nuno disse...

Queres mais real que a pobreza no nosso país? Façamos algo que permita minorar o sofrimento de quem nela, neste momento, vive ...