quinta-feira, junho 21, 2007

Embriaguez


Embriaga-te, sempre.
Nada mais interessa.
Se não queres sentir o fardo do tempo
A afundar-te
A esmagar-te na terra,
Embriaga-te, continuamente.
Mas, embriagar com quê?
Com vinho, com poesia,
Ou com virtudes, a teu bel-prazer.
Embriaga-te.
E, se alguma vez acordares
Nos degraus de um palácio,
Ou no verde da erva,
Ou na terrível solidão do teu quarto
E, descobrires que a embriaguez
Desapareceu total ou parcialmente,
Pergunta ao vento,
Às ondas,
Às estrelas,
Aos pássaros,
Ao relógio,
A tudo o que voa,
A tudo o que se avista,
A tudo o que se mova,
A tudo o que conta,
A tudo o que fala,
Pergunta: ‘ Que horas são? ‘
E, tudo o que é
Vento, onda, estrela, pássaro ou relógio,
Te responderá:
É hora de estar embriagado !
Embriaga-te,
Se não queres ser o escravo
Mártir do tempo.
Embriaga-te continuamente,
Com vinho, poesia ou virtude,
A teu bel-prazer.
!

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