terça-feira, julho 25, 2006

Quando Deus se zangou com os homens

Naquele dia igual,
O sol acordou com vontade de trabalhar,
Na manhã ainda fresca logo aqueceu o peixe
Vindo da faina acabada de liquidar,
Chegou cedo ao cimo das montanhas
Para falar à flor eremita
Lá onde as terras são mais castanhas

A noite, tarde rendeu a tarde luminosa
Que se espreguiçara pela terra quente
Abraçara os campos, puxara a si os mares
Possuída de desejo ardente ...
Naquele dia, o sol foi deitar-se cansado,
Ao fundo, paralelo ao horizonte,
Um ninho de nuvens observava-o pasmado!

À noite, Deus não acendeu as estrelas,
Nem uma lanterna pequenina a brilhar!
Restaram-me as estrelas na ponte grande
Enfeitando o céu azul luar ...
Ter-se-á esquecido?
Zangado com os homens?
Adormecido?

Naquele dia, Deus não acendeu as estrelas ...
Viu rios a chorar, fábricas a fabricar,
Fechou os olhos, voltou-se
Viu crianças a chorar, homens a lutar.
Deus, naquele dia igual, não quis acreditar,
Zangado divorciou
As estrelas do luar.
!

Sem comentários: