domingo, agosto 06, 2006

Em movimento e daí talvez não

As pessoas movem-se como num aquário.
Faço parte do escuro onde me escondi.
Acordo e viro-me e vejo em ti
monstros de olhos em fundo de arco-íris.

As sombras da manhã moram no teu corpo.
Não imaginas a raiva com que mordo os teus lábios
e arranho a tua pele feita de tempo
enquanto entre nós florescem pesadelos.

Armadilhas esperam-nos e deslumbramentos também.
Nunca haverá palavras para isto.
Apenas a cada segundo uma pequena morte.
Apenas o olhar cada vez mais ladrão e faminto.

!

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