segunda-feira, agosto 21, 2006

Toda a sorte do mundo, professor Jesualdo Ferreira !!!...



... e também para o Rui Barros e João Pinto (Treinadores Adjuntos), Carlos Azenha (Preparador Físico), Will Coort (Treinador de Guarda-Redes) e Rui Silva (Observador).

"Jesualdo Ferreira regressa a um grande. Pelo trajecto e sobretudo pelo que fez do Sp. Braga nas últimas três épocas e meia é justo. Além dos bons resultados - duas vezes quarto, uma vez quinto classificado - é também um prémio pelo bom futebol que trouxe à Liga. Isto para quem acha que jogar bem é mais do que ganhar sempre por mais do que quatro golos, o que é o meu caso.
O novo treinador do F.C. Porto é um teórico que, em Braga, conseguiu transpor para a relva as suas ideias. E fê-lo sem vedetas, apesar de ter ajudado a criá-las: Abel, Nunes, Luís Loureiro, Jorge Luiz, Wender e João Alves são alguns exemplos. E, depois, aguentou o barco quando partiram. E quando outros se lesionaram. Sempre com a equipa lá em cima, mais ou menos perto do topo.
Jesualdo é um treinador conservador (o que não significa que não tente manter-se actualizado) e isso bate de frente com o passado recente do F.C. Porto. Anda há duas décadas com o 4x3x3 às costas e parte do princípio que uma boa equipa se constrói de trás para a frente. Sofre geralmente poucos golos, mas também não marca muitos.
O desafio é enorme. A filosofia é muito diferente da de Adriaanse, mas vai ter de fazer um campeão do plantel que o holandês escolheu para si. Um plantel muito frágil no sector que Jesualdo considera a base de qualquer equipa: a defesa. Sobretudo se esquecer o 3x3x4 que Co enraizou a partir de metade da última temporada, como se espera que aconteça, e ainda por ter pouco tempo para fazer deflagrar nova revolução. Que terá custos, claro. Apesar de achar que o técnico tem competências e estrutura mental para treinar um grande como o F.C. Porto o momento é delicado e o risco é grande. Mas também acredito que ele o saiba.
Ao aceitar o convite de Pinto da Costa Jesualdo mostrou coragem e uma confiança enorme no seu valor. Não teve receio em deixar para trás um Boavista consistente, que provavelmente lhe daria poucos dissabores, mas também poucas aspirações a lutar pelo maior objectivo possível. Assumir o risco aos 60 anos é prova de juventude. E isso é bom para o F.C. Porto e para o futebol português."

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