quinta-feira, agosto 03, 2006

É tempo

No cume da montanha,
onde as nuvens se coçam,
refugiei-me.
As lágrimas,
que da minha face caíam,
eram como degelos de Verão,
e a morte, sentada a meu lado,
olhava-me com olhar fixo e penetrante,
de mãe que quer salvaguardar o filho.
Levantou-se,
dirigiu-se a mim,
beijou-me
e logo as lágrimas secaram.
Em voz muda, replicou: "É cedo !"
e nisto desapareceu, inibida,
como o sol
em dias de tons claros acizentados,
levando atrás de si
uma leve música, confundida.
!

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